- Seu filho?!!
- É, o caçula.
O mais novo, cansado, abrindo a porta.
- Tá estudando?! Tem que estudar!!!
Com o giro da chave, abriu os olhos.
- Oi, Salim...
...estende a mão, na trégua de orações cruzadas.
- Casa fica! Dinheiro fica! Com estudo te respeitam, te dão trabalho!
Profeta, com sotaque de areia. Ao invés de Cruzada, faz cócegas na barriga.
- Seu pai trabalhador! Trabalhou muito pra você estudar... o pai dele também!
Cantava sem dentes, num quase árabe. O pai empurrou a porta, olhando pra dentro. Nesse abrir, ele o enxergou como há muito não via: profecia de um passado (lembrança do pai).
- Tchau, primo!
Despediu-se primeiro, já no oriente médio da rua. As duas gerações se olharam num credo, enquanto passavam pela porta em silêncio.
Nesse canto, há lá o que se lembra
e o homem não esquece.
segunda-feira, setembro 24, 2007
# 010
postado por roneyfreitas às 1:16 PM
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário