- ...às vezes, a gente inventa coisa na cabeça!
- Eu tava pensando nisso...
- No quê?!
- Não sei, você começou...
Parei um instante em sorriso, percebendo a lógica da conversa e continuei colar de contas. Lavava roupa no tanque pra ajudar a máquina, porque sozinha, coitada, não dava conta, dizia ela. E eu quarava o corpo sem camisa, longe, sob varal. Mesmo assim jurava tê-la visto ao meu lado, enquanto agulhava dedo e miçanga.
- ...é que eu te vi aqui do meu lado, agora mesmo... acredita?!
- É, às vezes, a gente inventa coisa na cabeça.
- Eu tava pensando nisso.
Um verde, outro marrom, o colar se repetia em cores: como novo e maduro. E no instante da velha, não foi só riso, mas risada, de lavar alma.
- ...mas eu acredito! Maior desgraça, não acreditar nas coisas.
Ela era assim, a lavadeira, engraçada. E a gente se entendia, sem roupa suja.
No fim das contas, sorri das repetidas e da pérola que ela me dava, pra fechar o colar com brilho.
terça-feira, fevereiro 05, 2008
# 020
postado por roneyfreitas às 12:44 PM
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Um comentário:
um verde e outro marrom,
cada um, com o seu destino, quando a volta se completa.
fico feliz em lhe reencontrar nessa "barriga doce",
- inu mi dun!
encontro aqui poesia: encanta e aquieta.
aprendo contigo,
verdade que de todo é dizer que estou agraciada!
:D
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