terça-feira, fevereiro 26, 2008

# 021

Queria espirrar tornado,
não girar só a tempestade,
que me chamassem Katrina
pra dançar árvores, virar casas do avesso,
queria tudo abaixo, só pernas pro ar,
ver pessoas formigas
pra pisá-las sem dó,

soltar de palavras o vento,
respirar fungado a quebrar silêncio,
e que o atchim fosse curto,

mas de vasta dor,
sem sobrar pulmão a desejar saúde,

o sopro dado não seria de vida,
porque simplesmente não deus,
e num piscar do furacão, o olho
me faria ouvir o que mudo
pra emitir mais voz...


O entorno continuaria em tornado,
mas sentiria assim a brisa
que range os bambus
e os ouviria assoviar:
Sou flexível!
E o vento,
tornado em mim
viver

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