terça-feira, março 11, 2008

# 023

...sinto o mesmo,
pelo que parece contrário,
pois em mim vejo deus,
com angústias e imperfeições.
Reconheço beleza das larvas
e o que grita no eco do tempo
pela minha carne: Eu sou!


"
(...)
...falavam em devoção, amor e humildade. Posso assegurar que me esforcei, mas, durante todo o tempo em que houve um deus em meu mundo, não pude sequer me aproximar de meus objetivos. A humildade não era suficientemente humilde, e o amor era, em todo o caso, muito menor do que o de Cristo ou o dos santos, ou até menor do que o de minha mãe. Quanto à devoção, essa esteve sempre envenenada por dúvidas terríveis. Agora que Deus não está mais presente em minha vida, sinto que tudo isso é meu, sinto devoção perante a vida, humildade perante meu destino sem sentido, e amor para com as outras crianças também amedrontadas, atormentadas, cruéis.
"

Ingmar Bergman,
em Bilder

2 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Um deus com d minúsculo
é mais seu...

Mais sincero e mais possível.

...

(Adorei teu último comentário! Completou e enriqueceu a postagem. Sempre bom dialogar contigo.)